VAMPIRO DA MADRUGADA

(DESENHO POR Roberto Neves)


Doía, doía muito enquanto o observava dormir, doía demais pensar que era a última vez que eu o via ali assim tão calmo, sereno. Ouvia sua respiração ressonando, as lembranças vinham a sua mente e passava como se fosse um filme, dos momentos bons que eles assim tiveram, e a tristeza de que nunca mais se veriam, tristeza que se transformou em palpitações, e ele sentia que precisava sair logo dali.
Afinal de contas as vítimas estavam a sua espera. A vontade de beber seu sangue era muito maior do que o amor que tinha pelo seu próprio filho muitas vezes tentou parar mas não resistia por muito tempo, então se entregou totalmente a essa vontade louca de matar, matar e matar.

Como descrever esse sentimento que lhe dava tanto prazer na vida, mais prazer do que a companhia de seu próprio filho? - não sei talvez obsessão.

Mas a doença do vampirismo já estava em suas veias, entendam bem matar não era apenas seu proposito mas tomar seu sangue pra ele era tudo de bom, ouvir os gritos não era só prazeroso, mas era incrível perseguir, alcançar e matar.

Estava tão vidrado em suas vítimas que tinha isso como uma forma de sobreviver pois já tinha se dado conta de que não podia mais deixar de matar.

Uma vez ele em um quarto clandestino que ele avia alugado só para torturas ele pendurou a vítima, uma mulher, ele não entendia o porquê mas todas as suas vítimas eram mulheres, ele a pendurou de cabeça para baixo em cima de uma banheira deixando sua jugular bem a mostra, ele se deitou nu nessa banheira e com um punhal rasgou seu pescoço e assim se embebedou de seu sangue, aquilo pra ele era melhor do que água gelada em dia de calor.

Ai vem a pergunta: será que as autoridades não conseguiam capturá-lo? – não, por que ninguém sentia falta de suas vítimas, já que eram geralmente prostitutas abandonadas pela família, moradoras de rua ou meninas que consumiam drogas e vagavam perdidas na noite, na verdade com sua mente doentia ele pensava que estivesse fazendo um favor para sociedade limpando as ruas.

E até hoje ele anda por ai sem nunca mais ter voltado para casa com muitas saudades de seu filho querido e com a esperança de que um dia seu filho se torne o que ele se tornou - um vampiro na madrugada.





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